segunda-feira, 27 de agosto de 2012

AUVERS-SUR-OISE...terra de Impressionistas!


O passeio deste domingo foi coroado de êxito e emoção...fomos conhecer essa cidadezinha onde Van Gogh passou seus dois últimos meses de vida e pintou cerca de 70 telas...é um  lugar encantador! As construções todas preservadas, a maior parte das residencias é mantida como era no passado, com o mesmo traço de chalé medieval...lá voce se encontra na verdadeira França, de franceses falando frances, diferentemente da capital Paris, onde o que você menos escuta hoje em dia, seja na rua, seja no metrô, é a língua francesa.
A invasão de etnias nesta cidade (Paris) é alarmante, prá não dizer aviltante!

Auvers-sur-Oise é uma das seis localidades que formam La Vallée de L'oise, todas elas às margens do rio Oise.


O que a distingue das demais é o fato de ter atraído uma geração de pintores paisagistas e sobretudo impressionistas no final do século 19, tornando-se assim uma pequena capital da arte. Daubigny, Cézanne, Corot, Pissaro e  Van Gogh entre outros, ali buscaram sua inspiração. Em Auvers-sur-Oise tivemos a oportunidade de visitar grande parte dos lugares que eles imortalizaram através das suas telas e foi grandioso poder  observá-los em paralelo com uma reprodução de cada obra, conforme eu mostro a seguir, nos quadros de Van Gogh:

Église d´Auvers-sur-Oise - Notre Dame de L´Assomption



Le Champ de Blé aux Corbeaux



La Pluie  



L´Escalier d' Auvers - esta então, a gente olha para a imagem da tela que está afixada no muro do Museu ali perto da escadaria, depois olha para a escadaria...inevitável a sensação esquisita de saber que um dia Van Gogh esteve ali mesmo, naquele ângulo, e retratou essa imagem em tela...é muito real e irreal ao mesmo tempo...




Fizemos também uma visita ao cemitério onde Van Gogh foi enterrado, ao lado do seu irmão Theo...é em frente ao campo de trigo e lavouras que ele retratou na tela La Pluie e em outras tantas. A gente andou por esses campos e a sensação foi incrível, uma vastidão, silêncio, paz...andar por ali, pisando onde ele sempre ia...foi mesmo uma experiencia e tanto...



Depois de vivenciar essa experiencia nos campos de lavoura foi a vez de conhecer a casa onde ele alugou um quarto minúsculo (7m2) e viveu seus dois últimos meses. Hoje é museu e chama-se  Maison de Van Gogh, mas na época era o Auberge Ravoux. Pela superstição devido ao fato de ter sido o cenário do seu suicídio, este quarto nunca mais foi alugado e passou a ser chamado de "quarto do suicida". Este é o único lugar em que Van Gpgh viveu que permanece originalmente preservado e não pode ser fotografado. Este quarto tornou-se o menor museu do mundo! Quando comecei a subir as escadas e ao adentrar o quarto eu tive uma sensação arrepiante, não sei descrever. É muito forte a impressão que ele deixou nessas paredes, na simplicidade e nudez do ambiente...uma vida muito infeliz, triste, solitária...


Durante a visita há a apresentação de um video sobre Auvers-sur-Oise que foi montado com comentários do próprio Van Gogh extraídos de sua correspondencia e a gente assiste àquelas imagens tão antigas ao som do piano de Strauss ...


Este é o quartinho de Van Gogh no Albergue  RAVOUX em 1890, ainda carregado de emoções e lembranças.  Ele, que amava a luz, tinha apenas uma clarabóia prá deixar entrar a claridade do dia...






É também em Auvers-sur-Oise que fica o Musée de l´Absinthe, bebida popularmente conhecida como a "Fada Verde" em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Assim como os demais artistas da época, Van Gogh consumia muito essa bebida, ela era fonte de inspiração para eles. Diz-se que as pessoas "enlouqueciam" e fez muito estrago na época até ser proibida em 1915. 

O absinto é uma bebida destilada feita a partir da erva Artemisia absinthium. Anis, Funcho e outras ervas também podem compor o produto. Foi criado e utilizado primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, um médico francês que vivia em Couvet, na Suíça, por volta de 1792. Por vezes, é incorretamente classificado como licor, quando na verdade é uma bebida destilada.














Como tantas outras cidades no interior da França, Auvers também tem o seu castelo com jardins maravilhosos. Prá mim esses cenários e paisagens são sempre encantadores porque desde o tempo da SISSI (quem lembra?) os castelos habitavam o  meu imaginário. Ali reina uma paz tão grande quanto o céu aberto que se pode ver.






Explorar a cidade a pé é elementar porque a arquitetura merece um olhar mais demorado...ruas estreitas, por vezes sem calçadas...




Essa escola é bem característica das escolas francesas de antigamente...observe-se que há duas portas de entrada, uma para meninos e outra para meninas!


O rio Oise que margeia a cidade...


...com uma trilha em toda a extensão para as caminhadas...é muito bonito.


Dedico esse blog à minha filha Katine, que se formou em Artes e conhece bem a história desses pintores impressionistas, suas técnicas, suas particularidades... Beijocas!

sábado, 25 de agosto de 2012

Da rue des Abesses à Pigalle...c´est MONTMARTRE!


O sábado prometia muito quando saímos prá caminhar de manhã, mas de repente começou uma ventania, um tal de escurecer o céu e ameaçar um chuvisco...a chuva não passou de ameaça mas o vento perdurou o dia inteiro e quase desistimos do nosso passeio a Montmartre, mas não, fomos até lá.

A nossa linha (12) vai direto até a estação de Abesses, então quando nos dirigimos prá saída tivemos uma ótima e artística surpresa, uma escada em caracol (muuuuitos degraus aliás) que dá pelo menos umas 6 voltas e... guess what? Muito grafite nas paredes, um colorido fenomenal...esse pessoal do grafite manda ver mesmo, olhem só!










Quando a gente "emerge", já está na rue des Abesses, que é um dos pontos altos em Montmartre, um movimento intenso de turistas e de habitués também, eu diria.  Pois é bem ali, no olho do furacão, que mora o nosso artista-pintor que já é mais parisiense do que brasileiro, pelo tanto de tempo que ele já vive aqui:

Juarez Machado

Ele mora aí, nesse solar envidraçado e a vista do movimento na rua com certeza é combustível prá inspiração dele quando começa a pintar...


Fazia tempo que eu queria dar uma voltinha por ali, mas um sábado à tarde na alta temporada não é exatamente o mais indicado...too many people! Então decidimos sair logo dali e descer  prá Pigalle, onde a muvuca estava beeeem maior em frente ao Moulin Rouge...



A partir dali, só pérolas no Boulevard de Clichy...afinal estamos em Pigalle...rsrsrsrs








E eu sempre acompanhada da minha red camera fiel...só clicando!


Na volta, vislumbres da sempre majestosa Sacré-Coeur por entre as construções do Blvd. de Rochechouart...



Definitivamente, andar por ali num sábado à tarde é desaconselhado, mesmo prá quem curte. "C´est l' horreur!"
E prá finalizar, imagens da Gare du Nord, com parte da fachada já restaurada que ficou linda!
Na volta de Montmartre, nós passamos lá prá comprar os bilhertes de trem para o passeio de domingo a Auvers-sur-Oise, fora de Paris.